Em noites de Copa fora de casa, é preciso saber preparar o prato. Cozinhar, ferver na hora e no tempo certo. Baixar o fogo quando o adversário quer fritar. Ontem, na Arena MRV, o Cruzeiro venceu porque dominou o que quase ninguém vê: o ritmo da noite, o tempo emocional da partida. Aí está uma das grandes artes do futebol sul-americano: saber quando acender o fogo da arquibancada, e quando soprar pra apagar qualquer faísca, mantendo a atmosfera morna. A vitória do Cruzeiro foi construída de forma lenta e sufocante. Eles só queriam que o jogo acabasse, mas ele seguia... Torturando, sugando suas energias. Sequer foram capazes de sentir ódio no segundo gol. E por um instante... Contemplaram. CRUZEIRO ESPORTE CLUBE!